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DICAS DE LEITURA

 Esta pesquisa se norteia a partir do entendimento de que toda arquitetura brasileira dependeu do trabalho de pessoas negras escravizadas, quando menos, até a abolição da escravatura, em 1888. Alguns gradis identificados nesta pesquisa, datam de 1814, 1883, 1898, 1903. O objetivo deste projeto é fornecer material visual e basear uma discussão que encontre o passado com um novo olhar. 

 

 Os ancestrais africanos que chegaram no Recôncavo baiano e adentraram o Brasil profundo, marcaram na construção deste país uma influência cultural inesgotável. Há muitas décadas, pesquisadores investigam indícios de símbolos Adinkras na arquitetura brasileira. Estes símbolos africanos, que estão  conectados à provérbios e ensinamentos ancestrais, podem estar presentes no trabalho com o ferro na arquitetura brasileira, tal qual estão nas formas de antigas construções do povo Ashanti, anitgo povo que habitou territórios hoje pertencentes à países como Gana e Costa do Marfim.

 

 Não podemos afirmar se houve de fato, intenção dos serralheiros e ferreiros, autores dos gradis, de inserir mensagens ou indicar locais de resistência através de símbolos adinkras em seus trabalhos arquitetônicos. Porém, podemos compreender tais símbolos como guias de formas, pertencentes a repertório imagético, um referencial simbólico e pertencente à cultura e memória diaspórica.

 

 Os símbolos Adinkras apresentam um  rico universo de ensinamentos. O conhecido símbolo Sankofa, por exemplo, simboliza uma ave que olha para trás e busca um ovo ou semente e nos ensina com seu provérbio que "não é tabu olhar para trás e aprender com o passado". Ele nos ensina sobre recuperar algo e aprender com isso. Aprendemos, com essa pesquisa, a revisitar e descolonizar o nosso olhar sobre o passado do Brasil, enxergando um convite à aprender com a influência das tecnologias africanas na construção do mundo Ocidental. Dessa forma contribuímos para humanizar a realidade dos trabalhadores que viveram dura realidade escravocrata. Essa pesquisa torna-se uma semente para que venham outras pesquisas e informações sobre o árduo passado de resistentes gloriosos homens e mulheres brasileiros. Para tanto ficam a seguir, dicas de leituras sobre o assunto:

"INVESTIGAÇÕES SOBRE POSSÍVEIS REGISTROS ADINKRAS NA ARQUITETURA BRASILEIRA"

por Francisca Andréa Brito Furtado (Mestre em Filosofia pela UFC, docente do Centro Universitário de Juazeiro do Norte - UNIJUAZEIRO

Fernanda Rocha de Oliveira (Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural - IPHAN)

 

"TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA PARA O BRASIL POR ESCRAVOS AFRICANOS"

Guadalupe do Nascimento Campos (Doutora em Ciência dos Materiais e Engenharia Metalúrgica, Pesquisadora do Instituto de Arqueologia Brasileira - IAB)

"HISTÓRIA DA ÁFRICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: OS ADINKRA

Eliane Fátima Boa Morte do Carmo

"O EMPREGO DO FERRO NA ARQUITETURA DA CIDADE DE SALVADOR ENTRE OS ANOS DE 1808 E 1939: ESTUDO E CONTRIBUIÇÕES PARA INTERVENÇÕES DE RESTAURO"

Elias José de Almeida Machado

"RESISTÊNCIA ESCRAVA E TRABALHO INDUSTRIAL NA FÁBRICA DE FERRO SÃO JOÃO DE IPANEMA (SÉCULO XIX)"

Prof. Dr. Mário Danieli Neto Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG)

Instituto de Ciências Humanas e Letras

Lysie Reis

"A LIBERDADE QUE VEIO DO OFÍCIO: PRÁTICAS SOCIAIS E CULTURA DOS ARTÍFICIES DA BAHIA DO SÉCULO XIX"

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